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Moul Dan

4.1- Gasgadrah
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O sucessor de Mathur Glátio

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Repentinamente um grande número de aldeias níbias (povo tribal habitante do noroeste trálio) severamente carentes dos meios básicos de subsistência passaram a abandonar suas terras e migrar para propensas terras férteis além do limite de suas fronteiras.


Ansiavam avidamente apossar-se de Gasgadrah (segundo lendas níbias era uma região paradisíaca de vales verdejantes bem regados completamente desabitados). Após duros meses de impiedosas caminhadas por desertos tórridos e escaldantes finalmente a encontraram e passaram a fixar morada ali. Mas aos poucos Gasgadrah tornou-se o foco principal das muitas divergências que começaram a pulular incontrolavelmente entre essas aldeias, pois embora a região fosse fértil e regada estava sendo severamente explorada. Quando os recursos tornavam-se escassos para algumas aldeias, as mesmas sentiam-se forçadas a invadir outras tribos que encontravam-se abençoadas pela abundância.

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Devido ao descontrolado barulho gerado pelos gasgadranos (habitantes níbios de Gasgadrah) a notícia logo chegou á aldeias maiores e finalmente aos ouvidos dos "Chefes Supremos" (ordem níbia que governava a nação). Estes gananciosos e corruptos governantes iniciaram então uma ofensiva contra os habitantes daquelas terras paradisíacas com o objetivo de tomá-las à força. Essa opressão desencadeou revoltas que à princípio eram facilmente silenciadas pelos exércitos desses Chefes Supremos. Infelizmente para o desconforto dos mesmos naquela região encontravam-se aldeias que resistiam bravamente a essas injustas investidas negando-se entregar seus abençoados territórios sem ferozes lutas.

 

Tais aldeias eram lideradas por sábios e justos homens que pregavam o fim do opressor governo dos Chefes Supremos e ao mesmo tempo tentavam defender suas terras. Mas a força dos exércitos desses governantes era muito superior e começou a prevalecer perante as aldeias rebeldes, passando a exterminá-las. Sobrara ainda uma aldeia, mas até esse ponto os habitantes das vilas mais abastadas (ou nobres) começaram a intervir pedindo o fim daquele hediondo confronto.

 

Os Chefes Supremos, temendo o povo, decidiram acatar o ameaçador apelo por tentar tomar posse da última aldeia rebelde pacificamente. Mas o líder daquela aldeia, "Mathur Glátio Pleio-Zei Moul Dan", não estava disposto a abandonar suas terras em troca dos absurdos termos prpostos pelos Chefes Supremos. Após insistentes e frustrantes tentativas, os já combalidos Chefes Supremos por fim desistiram de tomar posse de Zilzal (aldeia de Mathur Glátio), deixando-a em paz por muitos anos.

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Durante aquele período pacífico ocorreria uma significativa mudança em Zilzal. Mathur Glátio, o líder da aldeia, por nunca apreciar sua privilegiada posição decidiu renunciar e criar um conselho zilzita onde todos os chefes de famílias seriam membros incluindo ele próprio. Naquela paz infindável Glátio acabou se apaixonando por uma bela e jovem viúva, ex-esposa de um zilzita morto por picada de cobra. Seu primeiro filho nasceu morto, na segunda tentativa foi sua amada esposa Lídia Basquivela quem morreu, mas felizmente seus filhos (gêmeos) Pleio-Zei Moul Dan e Pleio Moul Dan sobreviveram.

 

Ao passo que ambos cresciam alimentavam o mesmo sonho de um dia tornarem-se membros do conselho assim como seu pai. Glátio, por sua vez, não se agradava da decisão que seus filhos haviam tomado, pois realmente desejava ter um filho como membro do seu conselho mas também ansiava que um deles se tornasse um dia um grande guerreiro do povo. Por isso fez todos os esforços para tentar incutir no coração de seu filho mais velho, Pleio-Zei, o desejoso cargo de Grande Korohiro (general), a posição mais elevada que um guerreiro zilzita poderia alcançar.

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Do paraíso ao inferno

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Zilzal desenvolveu-se incrivelmente com o passar dos anos e logo deixou de ser uma simples aldeia sem muros convertendo-se assim uma avançada vila fortificada.


Seu desenvolvimento não passou despercebido pelos aparentemente adormecidos Chefes Supremos que aguardavam ansiosamente um pretexto para atacá-la e tomarem posse de Gasgadrah. Já por longos anos o povo zilzita desprovia-se de preocupações convivendo em perfeita paz e harmonia graças ás atraentes e rígidas normas criadas pelo conselho de Mathur Glátio. A administração justa dos impostos e a distribuição controlada dos alimentos impediam o surgimento de roubos, assassinatos, rebeliões e até mesmo rixas entre famílias. Todos sentiam prazer em cumprir as leis do conselho, sem nunca questioná-las.

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Mas aos poucos o Sagrázjo (conselho zilzita) começava a criar idéias inovadoras e perigosas. Desejavam avidamente treinar hábeis guerreiros com o propósito de invadir Zirascenas, cidade dos Chefes Supremos, e arrancá-los do poder, para que assim os zilzitas pudessem instituir e repassar suas perfeitas leis ao povo tratado com tirania e opressão. Mathur Glátio e os membros mais influentes do conselho rejeitaram incondicionalmente àquela tentadora, porém, desprezível idéia, já que o preço dela seria muito sangue derramado.

Decepcionados com a decisão final do conselho, os apoiadores do ataque á Zirascenas armariam terríveis planos contra Mathur Glátio e os outros membros do Sagrázjo.

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Voltando seus olhos para o poderoso e famoso guerreiro que Pleio-Zei estava se tornando, os revoltados membros do conselho o iludibriaram com mentiras e conversa enganosa. Segundo eles, no último debate do conselho fora levantada a questão sobre não haver mais necessidade de guerreiros atuando entre o povo, e que seu pai acabara de apresentar ao conselho uma lei que aboliria para sempre as funções exercidas pelos Korohiros (guerreiros). Sendo que o próprio Glátio fora quem havia implantado a idéia de Pleio-Zei um dia tornar-se o mais grandioso de todos os guerreiros zilzitas. Arrasado, Pleio-Zei passou a apoiar os rebeldes, que secretamente o condecoraram Grande Korohiro, mesmo sendo ainda proibido à ele.

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Com o controle total das forças zilzitas, Pleio-Zei, a mando dos rebeldes passou a matar todos os membros do Sagrázjo e todos aqueles que o apoiavam, nem mesmo seu próprio pai fora poupado e acabou sendo morto na presença de Pleio. Quanto a seu irmão, Pleio-Zei o expulsou de Zilzal humilhado, sendo chutado e pisoteado covardemente pelos seus próprios amigos enquanto seu irmão forçava Deliana Badiê-Laul, futura pretendente de Pleio, a assistir toda aquela dolorosa cena; depois Pleio-Zei a forçou a se casar com ele.

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Quando Pleio finalmente desmaiou dos impiedosos golpes que lhe eram infligidos foi carregado por animalescos homens que o arrastavam durante um longo percurso sem qualquer consideração pelo seu frágil e indefeso estado crítico. Ao adentrarem às matas selvagens abandonaram Pleio a mercê dos carnívoros vorazes que habitavam a região por ordem de Pleio-Zei, que segundo ele, terminariam o serviço. Quando o Sagrázjo finalmente possuía somente os membros envolvidos na trama assassina, Pleio-Zei fora incumbido de uma nova e suicida missão: Capturar Zirascenas e aniquilar todos os Chefes Supremos.

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Sem se aperceberem, Pleio-Zei e os valentes Korohiros estavam subestimando seus inimigos, pois eram imbatíveis somente no manuseio do imenso Blaxis (arma inteiramente trabalhada em metal, de cabo comprido e composta de uma cabeça dividida entre lâmina de machado e martelo de combate) que portavam arrastando a cabeça da arma no chão como rito de marcha e do Larshanko (machado; arma secundária arremessada á curtas distâncias e ás vezes empregada no combate corporal). Embora portassem armadura esta revestia-os parcialmente, a saber, apenas a cabeça, o rosto e braços (ás vezes um braço somente e ás vezes partes das pernas); também por não portarem escudos tornavam-se alvos fáceis para qualquer espécie de atirador zirascênico. Sua bravura portanto tornou-se inútil contra seus organizados adversários, que sabiamente evitaram o confronto direto e usaram de suas ardilosas artimanhas, estando bem a par da eficiência zilzita no combate corporal.

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A Enciclopédia de Partênesis contém o registro da tática astuta dos zirascênicos nessa batalha, que ficou conhecida como “A Queda do Braço Korohiro”: “ Em suma, os valentes e robustos Korohiros subestimaram em demasia seus oponentes. Os zirascênicos lhes deram exatamente o que os Korohiros de Pleio-Zei desejavam: um combate corporal. De modo que saíram de Zirascenas ao encontro dos Korohiros. Mas na metade do caminho, os zirascênicos simularam estarem apavorados e correram de volta até a cidade. Pleio-Zei e os Korohiros eram muito velozes e quase os alcançaram antes que adentrassem nos portões de Zirascenas. Nisso, os portões foram rapidamente fechados, e surgindo acima das muralhas de Zirascenas os atiradores da cidade, uma saraivada de projéteis impiedosa passou a alvejar os korohiros sem dó. Os que tentaram escapar de repente se depararam com um paredão de chamas, plantado no solo antes da chegada dos Korohiros e iniciado no exato momento combinado. Os esmorecidos Korohiros não podiam nem fugir nem revidar. “

Apenas um deles fora poupado... não por acaso! Deveras, tornar-se-ia de crucial serventia ao propósito tanto egotista como vingativo dos Chefes Supremos zirascênicos...

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4.2- primeiro contato

 

Retaliação zirascênica

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Pleio-Zei não se apercebeu disso, mas o ataque precipitado dos zilzitas contra os zirascênicos resultaria em retaliação da parte dos Chefes Supremos. Estes, por sua vez, usariam o ataque como argumento suficiente para obter o consentimento e a aprovação de seu povo para realizarem uma campanha em função do extermínio total de Zilzal e seus habitantes violentos. Embora o insignificante ataque de Pleio-Zei por algum instante realmente ameaçou a segurança dos habitantes de Zirascenas, os pretensiosos Chefes Supremos afirmavam, sarcasticamente, que “se outra pilhagem como aquela ocorresse novamente Zirascenas cairia”. Uma hipérbole realmente extremista, pois o exército zilzita dos Korohiros mal havia conseguido sequer arranhar as muralhas da cidade antes de já estar completamente obliterado do solo. Exceto Pleio-Zei, que fora capturado propositalmente e estava sendo mantido cativo pelos Chefes Supremos.

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Mas o que teria acontecido a Pleio Moul Dan quando fora deixado para morrer devorado por ferozes animais selvagens? Pleio-Zei acreditava que a essa altura seu irmão não passava de "um monte excremento deixado pelo animal que o devorou". Embora tal facínora estivesse convicto de sua afirmação, sequer apercebia-se que ao mesmo tempo estava equivocado, pois algo inesperado aconteceu e frustrou seus planos assassinos...

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O que há de tão fascinante em um faminto saciando-se?”

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Pleio Moul Dan acabara de abrir os olhos após longos dias de cama. A primeira coisa que avistou ao acordar foi um rosto, e de uma bela mulher vestida de branco; uma cena agradável e prazerosa para ele. Mas logo se viu cercado de muitos outros olhos indiscretos e preocupados. Com muito esforço perguntou onde estava, sendo que dentre esses também estava um senhor idoso, provavelmente o avô da moça.

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Moul Dan já havia se recuperado definitivamente de todos os ferimentos que lhe foram infligidos pelos golpes dos homens insensíveis que o pisoteavam e esmurravam sem dó, com exceção das cicatrizes que seriam permanentes.


Seus anfitriões desconhecidos o fitavam preocupados constantemente, com exceção da moça que o fitava por razões românticas. Sentindo um aroma irresistível de saborosos alimentos que estavam sendo preparados não hesitou em saltar da cama e correr em direção á comida, deveras estava faminto. Ao tomar essa súbita atitude apavorou seus assustados anfitriões. A princípio tomavam muita distância dele, mas a curiosidade passou a superar o medo, e aos poucos tomavam coragem e se aproximavam. Enquanto isso, Pleio se recostava á mesa e se fartava dos pratos que lhe eram oferecidos com bastante relutância e temor. Não demorou muito para Pleio ser cercado por olhos esbugalhados que o fitavam interminavelmente sem lhe dirigir palavra alguma. Quando se sentiu incomodado, Pleio perguntou: "O que há de tão fascinante em um faminto saciando-se?".


Ninguém respondeu ou trocou sequer uma palavra com ele. Todos estavam paralisados por verem diante de si um homem com as feições e vestimenta típica de níbio. E segundo a propaganda trophana os níbios eram violentos ao extremo: mordiam e arranhavam e eram canibais.


Verganna Lemóstides e seu avô tentavam mudar essa ideia equivocada que foi sendo semeada entre toda Trophir com o passar dos anos. Por isso resgataram o jovem Pleio desmaiado enquanto retornavam de (?).

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Segredos

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Ainda que muitos dos trophanos, servos de Verganna, evitassem Pleio devido as superstições, ela por sua vez, se aproximava cada vez mais do intrigante níbio que não mordia, arranhava ou comia pessoas, e o interrogava diariamente sobre seu banimento cruel por parte de Pleio-Zei. A princípio Pleio relutava em responder por que repudiava se auto-proclamar níbio, povo onde "o sangue derramado de inocentes era servido como prato principal nas refeições" (uma expressão figurativa). Mas aos poucos foi-se revelando e abalado contava entristecido os episódios que antecederam seu injusto banimento por parte de seu irmão.

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Enquanto convivia entre aquelas simpáticas e amigáveis pessoas, Pleio acabou descobrindo que eram trophanos e que o pai de Verganna, Hamafade Lemóstides, era na verdade um dos Chefes do Exército do rei Gonquer Zá-Sezano. Embora os trophanos travassem constantes disputas territoriais com seu povo, Pleio os invejava. Ansiava poder fazer parte dessa distinta nação e de alguma forma ficar lado a lado com seu rei.

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Graças ao esforço de Verganna, seu "futuro pretendente" quase já havia esquecido completamente de seu passado sombrio, a não ser talvez por um nome que nunca lhe saía da memória: Pleio-Zei. Portanto estava mais do que decidido a retornar á Zilzal para obter vingança. Porém, quando soube disso, Narterineu Lemóstides, avô de Verganna, apressou-se em fazer os preparativos para a despedida de Pleio, e após lhe dar uma espada e mantimentos para a viagem também lhe forneceu uma numerosa guarda que o acompanharia para tornar bem-sucedida sua missão e garantir seu retorno para os braços de sua neta. Pleio mal fazia ideia de que toda aquela generosidade na verdade estava por trás de um propósito secundário.

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4.3- A “Primeira Marcha de Moul Dan”

 

 O nascer de um poderoso trophano

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Após dias de fatigantes caminhadas Pleio Moul Dan e sua guarda (900 trophanos), já em território gasgadrano, aproximavam-se de Zilzal. Receoso mas decidido resolveu adentrar-se de uma vez na sua tão amada vila e também cenário da sua depressão mental e emocional. Mas apavorou-se quando em seu lugar encontrou um amontoado de escombros e outro de carcaças de zilzitas empilhadas sendo devoradas por aves de rapina.

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Aquela visão fez descair seu semblante a princípio, mas logo foi tomado pela fúria e bravejava e clamava ao máximo com sua voz, demonstrando quão deplorável estava sua condição. Mas subitamente se calou, e puxando vagarosamente sua espada da bainha acenou para seus 900 escudeiros igualmente brandirem às armas. Quando se aproximaram dele, Pleio sussurrou à eles cerrando os dentes e com sua saliva escorrendo para fora da boca, que havia escutado vozes do exército acampado que golpeara seu povo com aquela grande matança. Portanto pediu a um dos homens que estavam com ele para que lhe entregasse sua espada. Depois ordenou-lhes que cercassem o acampamento e golpeassem a qualquer um que fugindo viessem ter com eles, enquanto ele próprio se infiltraria no meio do acampamento deles para espalhá-los em confusão. Mas advertiu-os que não pusessem suas mãos em Pleio-Zei, pois ele próprio cuidaria dele. Assim partiu sigilosamente Pleio em direção ao acampamento inimigo com uma espada em cada mão que tremiam fortemente expressando seu ódio rancoroso.

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Embora Pleio não aparentasse ser perito no manuseio de espadas, na verdade era um espadachim nato, e sempre treinava nas horas de folga em que não estava a serviço no outrora Sagrazjo. Ao passo que pelejava contra os dúbios espadachins zirascênicos usava de sua rapidez para fazer com que eles ferissem seus próprios companheiros. Pleio se enfurecia a cada instante em que golpeava um zirascênico e depois descobria que não era seu irmão. Entretanto Pleio-Zei não era mais o mesmo e após sua captura pelos Chefes Supremos já estava desenvolvendo uma debilitante enfermidade conhecida nos dias atuais como Hárfia (Inflamação ocasionando degeneração óssea nas articulações). E enquanto liderava o ataque contra Zilzal foi agarrado e puxado do seu cavalo por um dos poucos jovens zilzitas que tentaram oferecer resistência aos zirascênicos. Este desarmou Pleio-Zei á cavalo em movimento e o matou quebrando-lhe o pescoço com as próprias mãos, pelo fato de sua doença estar em um grau bastante avançado impossibilitando Pleio-Zei de manusear habilmente sua espada e estar fraco. Quando seus escudeiros lhe trouxeram tal notícia mediante um prisioneiro zirascênico que havia se entregado, Pleio largou suas duas espadas ao chão e apoiando-se sobre o ombro do zirascênico capturado caiu na gargalhada, enquanto seus escudeiros o fitavam inquietados. Então seu semblante agressivo o abandonou e ele partiu com seus homens e com o prisioneiro em direção ao acampamento para saqueá-lo.

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Retornando à Zilzal, ou pelo menos onde antes se encontrava, Pleio incendiou os corpos dos zilzitas mortos em sinal de respeito e lamento, pois não poderia enterrar a tantos mas também não queria deixá-los apodrecendo sem qualquer dignidade. Já era noitinha e seus guardas estavam muito cansados e famintos, pois seguraram seus grandes escudos e lanças consigo durante o dia inteiro. Pleio, portanto permitiu-lhes retornar ao acampamento zirascênico para alimentarem-se ali do despojo e prometeu fazer toda a vigília noturna para que descansassem bem. Assim os guardas trophanos levaram consigo o prisioneiro, deram-lhe de comer e amarrando-o lançaram-no em um das tendas que ali se encontravam. Depois eles próprios após se alimentarem pernoitaram nas outras. Após Pleio revirar os escombros de Zilzal retornou também ele ao acampamento com pertences seus, de sua família e de Deliana, sua outrora pretendente, que ainda teve forças para enterrá-la antes de cremar a todos os outros corpos. Pleio derramou assim algumas lágrimas por ela e recompondo-se sentou-se para fazer a vigília com a mente mergulhada em pensamentos e emoções profundas.

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No dia seguinte, pouco antes do nascer do sol, os guerreiros trophanos já estavam de pé e discutiam entre si qual seria o destino do prisioneiro segundo suas leis. Pleio havia passado a noite inteira em claro atormentado por muitos pensamentos inquietantes, e escutando à distância as vozes exaltadas de seus escudeiros correu em direção á eles para se informar do que estava acontecendo. O prisioneiro havia reconhecido que seus captores eram trophanos e para tentar ganhar a confiança deles contou-lhes que um importante líder do povo deles estava sendo mantido cativo pelos Chefes Supremos. Ora! Tratava-se do próprio Laponiel Sezano, filho do rei trophano, Gonquer Zá-Sezano! Entretanto o zirascênico conhecia somente o nome deste, não fazia ideia de que se tratava do próprio filho do rei de Trophir. Depois seus guardas haviam-lhe explicado que seu amo Narterineu Lemóstides, avô de Verganna, era o responsável pela segurança das viagens de Laponiel à terras distantes, e que a escolta que deveria protegê-lo era composta dos 900 que estavam servindo a Pleio naquele exato momento. Pleio concluiu então que aqueles a quem Narterineu designou como substitutos da guarda que estava com ele falharam na sua missão.

Os trophanos ainda lhe contaram mais. Se Narterineu permitisse que Laponiel fosse capturado por hordas inimigas ele e toda a sua família seriam vendidos como escravos e todos os seus pertences seriam repartidos entre os pobres, visto a família Lemóstides serem donos de muitas propriedades: rebanhos, manadas, plantações, escravos, ouro, prata. Pleio não poderia deixar a sua nova família ser também destruída. Ordenou, portanto que um dos escudeiros abandonasse seu posto e tomando um dos cavalos obtidos como despojo galopasse o mais veloz que pudesse e levasse (?) mensagem á Gonquer Zá-Sezano, acompanhado de algumas táticas de combate inovadoras sugeridas por ele.

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Os possíveis escritos que detalharam o ataque trophano contra Zirascenas nunca foram encontrados, porém, muitos escritores do 3° século EC, especularam com inúmeras versões de como tal batalha teria ocorrido. A mais plausível teria sido a de Feuclipto Emenes Sindal: “A princípio Pleio e seus homens tentaram fornecer o prisioneiro zirascênico em troca da liberdade de Laponiel, obviamente os Chefes Supremos recusaram. Segundo eles a vida de Laponiel era muito mais valiosa. Mas Pleio persistia na troca e assim ganhava tempo para que o sexército trophano chegassem á Zirascenas e os pegassem distraidos e desprevenidos. E foi o que aconteceu... A cidade estava completamente vulnerável, sem nenhum soldado zirascênico ocupando seu posto. Quando perceberam que estavam caindo numa cilada tentaram fechar rapidamente os portôes da cidade, mas os homens de Pleio os impediam. Logo, o exército trophano invadiu a cidade e libertou Laponiel Sezano. Pleio pediu-lhes que não fizessem mal à seus habitantes, pois eram inocentes. Quanto aos soldados, seguiam apenas ordens dos verdadeiros culpados pelo rapto de Laponiel, os Chefes Supremos. Pleio foi obedecido, pois a vitória só tornou-se bem-sucedida graças a ele. Assim o exército trophano abandonou a cidade junto com Pleio e seus homens sem levarem consigo um único despojo ou prisioneiro, exceto os Chefes Supremos, que inclusive com o consentimento e a aprovação de todos os zirascênicos, foram levados cativos.”

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Face-a-face com Gonquer

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Na viagem de retorno de Pleio uma celebração especial o aguardava acompanhada de uma grande festa. O próprio Gonquer havia organizado todos os seus adereços, e estaria ali presente para premiar seu herói desconhecido com algo que marcaria para sempre sua tão desolada vida. Finalmente Pleio acompanhado dos 900 (901 se incluirmos o prisioneiro zirascênico que ainda estava com eles; ou 1053 se incluirmos também os Chefes Supremos níbios e seus subordinados corruptos) chegaram á Tronédia, cidade apresentada por seus homens como sendo o local exato onde Laponiel deveria ser deixado para ser restituído aos braços de seu pai. Também seria a cidade onde uma honrada festa surpresa seria efetuada em homenagem à ele. Antes mesmo de Pleio pôr os pés na cidade foi recebido por Narterineu Lemóstides e todos os da sua família que justamente haviam sido designados por Gonquer para recebê-lo cordialmente e aprontá-lo para a festa. Quando soube disso, Verganna embelezou-se até ficar radiante e correu ao encontro de Pleio, abraçando-o e beijando-o mui ternamente.

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Quando a festa já estava bem avançada, Pleio foi convidado por Gonquer à subir os degraus do mais importante edifício tronediano onde seria homenageado pessoalmente por ele. Presenteando-o com uma coroa de prata, um anel de ouro e um manto de carmesim coberto de pedras preciosas Gonquer, o rei, lhe concedeu o direito de fazer qualquer pedido, até mesmo o de tornar-se um Chefe do Exército lhe seria concedido. Pleio refletiu muito e respondeu ao rei que apenas um desejo não era suficiente, ele queria mais. Todos os milhares que estavam ali presentes se calaram repentinamente, até mesmo os músicos pararam de tocar seus instrumentos de canto. Quando Pleio percebeu que ninguém o havia compreendido e que o rei passou a enfurecer-se diante dele logo explicou que se ele se tornasse o "Chefe da Guarda Pessoal do Rei", sua petição, como poderia pedir então a mão da bela Verganna Lemóstides em casamento, sendo que lhe era permitido fazer apenas um único pedido? Gonquer finalmente compreendeu e passou a rir-se de Pleio e todos ficaram aliviados e passaram a rir também. Mas entre aquela vasta multidão de sorridentes havia um que se calava, indignado por que sua prometida havia sido tomada dele.

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Pleio Moul Dan, daquele dia em diante passou a ser conhecido como "Moul Dan, O Escudeiro". Gonquer, portanto havia atendido ao seu pedido de tornar-se Chefe da Guarda Pessoal dele, agora Moul Dan era o responsável pela segurança de Gonquer quando este corresse perigo de vida, fosse em incursões ou em sua própria casa, fosse por meio de rebeldes ou por meio de exércitos inimigos. Moul Dan não havia se esquecido dos seus 900 companheiros que lhe serviram lealmente durante todo o tempo em que estiveram com ele. Assim indicou-os para tornarem-se também escudeiros reais, servindo-lhe como seus homens de confiança. Quanto ao prisioneiro zirascênico este apelou para o coração de Moul Dan suplicando clemência por seus erros do passado; também implorou para servi-lo com os 900. Moul Dan aceitou de bom coração e atendeu seu pedido. Mais tarde a Guarda Real sob o comando de Moul Dan ficou famosamente conhecida como “Os 901 de Moul Dan” ou “Os 902 de Gonquer”.  E o zirascênico se tornou mais tarde o melhor amigo de Moul Dan.

Embora o cargo de Chefe da Guarda Pessoal do Rei fosse privilegiado e mui desejoso, ainda assim não chegava nem aos pés do de um Chefe do Exército, que era muito mais reconhecido e recompensador. Mas como Moul Dan desejava avidamente servir constantemente lado a lado com o rei, para ele tal privilégio era muito mais gratificante. Os Chefes do Exército trophano raramente entravam em contato com Gonquer e quando isso acontecia só era para esquentar-lhe a cabeça com problemas fatigantes, já o Chefe da Guarda Pessoal entrava continuamente perante o rei e somente para aliviá-lo de suas tensões ou protegê-lo de perigos inesperados. Sendo assim Gonquer fazia tanta amizade com seus escudeiros que chegava ao ponto de até considerá-los quase como irmãos. Para que querer mais?

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De “Escudeiro Real” á prisioneiro

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A partir do momento em que se casou com Verganna e tornou-se Chefe da Guarda Pessoal de Gonquer, Moul Dan esqueceu-se definitivamente de Zilzal e de Gasgadrah, nem mesmo lembrava-se mais que era níbio e no que teria resultado o encarceramento dos Chefes Supremos para seu povo. Visto que agora tinha uma nova vida, havia nascido de novo e conseguido uma nova família. E aos poucos também passou a arranjar muitos inimigos, a começar por Manúbio Plegas, ex-namorado de Verganna Lemóstides que havia sido prometida a ele em casamento antes de Moul Dan surgir no cenário trophano.


Na noite em que Moul Dan e Verganna fariam dela sua "noite de núpcias", Manúbio entrou em seus aposentos acompanhado de fortes e robustos homens e arrancando-a de seus braços fugiu a cavalo levando-a consigo enquanto seus homens seguravam Moul Dan e o esmurravam impiedosamente. Além de sentir os golpes que lhe eram infligidos ouvia desesperado a voz de sua esposa chorando e clamando para que a socorre-se. Depois um dos homens que o esmurravam bateu-lhe na cabeça de tal forma que desmaiou, depois abandonaram-no ali sem o matarem.

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Não foi nada fácil para Moul Dan recuperar-se desse último trauma, padeceu muito e por negar-se a se alimentar acabou adoecendo por várias semanas sofrendo de febre alta. Durante todo o período em que ficou incapacitado para servir como Chefe da Guarda Real quase perdeu sua privilegiada posição para os outrora escudeiros de Gonquer, mas haviam sido eximidos de seus privilégios para que Moul Dan e seus homens os substituíssem. E quando finalmente compareceu perante Gonquer para que se lhe restituísse seu cargo foi provocado por um dos guardas que lhe disse: "Como vai sua querida e raptada esposa, canibal usurpador?", aquilo lhe subiu à cabeça pois percebeu que os escudeiros que lhe substituíam também estavam envolvidos no rapto de Verganna. E em resposta disse ao escudeiro: "Ora sua víbora traiçoeira e gananciosa... Vou matá-lo! A você e a todos esses imprestáveis!", bravejou apontando para os outros escudeiros que ali se encontravam. Então em um movimento muito rápido arrancou a Abada (comprida lança padrão de todos os Escudeiros Reais) do escudeiro injuriador e desferiu-lhe um golpe fatal, este portanto caiu morto com a própria Abada cravada no próprio corpo. Naquele exato momento Gonquer ordenou que seus guardas deitassem suas mão sobre Moul Dan e jogassem-no na detenção. Ali passou vários meses em uma cela imunda tendo de dormir sobre seus próprios trapos e sendo alimentado com ração reduzida ao mínimo: pão seco durante o dia e um ensopado aguado durante à noite.
Após cinco meses de detenção foi liberto da masmorra e inocentado das acusações. Pois durante seu encarceramento Gonquer decidiu averiguar sobre os eventos ocorridos desejoso de encontrar provas que pudessem inocentar Moul Dan. E chegou ao seu conhecimento que seus atuais escudeiros foram os responsáveis pelo rapto da esposa de Moul Dan e que desejavam usurpar-lhe seu lugar, portanto Moul Dan estava apenas exigindo justiça.

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O próprio rei foi libertá-lo da prisão em pessoa e de joelhos suplicou-lhe que perdoasse o equívoco, retornasse á ele como Chefe da Sua Guarda e juntamente com os 901. Moul Dan comoveu-se profundamente com a atitude de Gonquer, pois não esperava que o mais destacado trophano fosse um dia humilhar-se perante ele. Assim Moul Dan foi restituído ao seu cargo e finalmente passou a servir seu rei com destreza e devoção leal. Quanto aos escudeiros traiçoeiros foram aprisionados nas masmorras trophanas até o fim deles.

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Chefe da Guarda Real

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Durante o tempo que serviu à Gonquer Zá Sezano como seu Chefe da Guarda Pessoal, Moul Dan precisou exercer sua função além do óbvio e esperado de um líder de uma guarda particular, afinal a alma que a escuderia real guarnecia era ninguém se não a do próprio rei de Trophir!

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 Laponiel Sezano já há muito tempo aprontava no reino de seu pai. Seus seguidores Súditos Laponeônicos dificultaram grandemente o trabalho de Moul Dan, pois Laponiel os usava para criar contendas entre o povo trophano que vez por outra se rebelavam e investiam contra Gonquer em massa. Ás vezes faziam isso em público durante as passeatas em que Gonquer se infiltrava no meio das multidões, ás vezes faziam-no quando em uma só turba tentavam invadir seus aposentos. Em ambas as ocasiões Moul Dan deveria mostrar-se atento e eficaz. Mas a maneira preferida de Laponiel tentar apunhalar seu pai era de modo indireto, quando tornava discípulos seus aqueles que serviam à Gonquer em pessoa. Como seu padeiro, copeiro, cozinheiro, músico, conselheiro... onde vez por outra traíam-no fornecendo-lhe comida envenenada ou tentavam apunhalar-lhe pelas costas. Felizmente Moul Dan sempre intervía a tempo.

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Uma vez um escudeiro de sua própria guarda e seu melhor amigo, sendo este justamente o ex-zirascêncio que havia lhe jurado lealdade eterna, foi comprado por Laponiel para golpear a Gonquer enquanto dormia. Visto que somente Moul Dan poderia entrar no seu quarto interior para acordá-lo, engenhosamente espalhou armadilhas abaixo de alguns dos pisos do quarto em que Gonquer dormia. Somente ele e o rei sabiam quais os pisos que eram seguros e quais se desmanchariam debaixo dos pés de quem o pisasse fazendo com que a vítima despencasse do castelo por vários andares até vir de encontro com o solo. Assim Moul Dan fora obrigado perder seu mais achegado companheiro por este se precipitar ao pisar em ladrilhos falsos na tentativa de apunhalar a Gonquer enquanto este estivesse dormindo.

O perigo estava por toda a parte, até mesmo quando Bolibama Tílio II fazia conferências de paz com Gonquer, para que durante as reuniões pudesse matá-lo. Mas Moul Dan sempre mostrava eficácia e rapidez ao prestar socorro à seu rei, frustrando todos os ardilosos planos que Tílio II sutilmente encobria com seus enganosos tratados de paz. Pelo visto a vida de Gonquer Zá-Sezano não corria perigo apenas por aqueles que conviviam no seu próprio meio.

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Dentre as inúmeras batalhas que os trophanos travavam contra outras nações hostis além dos protarianos, Gonquer geralmente oferecia-se para participar ativamente delas, visto que ansiava ser também reconhecido como um rei guerreiro, valente e batalhador. Fazendo isso, o rei trophano complicava em grande escala o trabalho de seus escudeiros e do próprio Moul Dan, que mesmo não sendo guerreiros convocados eram obrigados a irem junto para impedir que Gonquer fosse capturado ou morto caso suas fileiras tombassem diante dele.

Com o decorrer dos anos de impecável serviço na escuderia real, e com o passar de incontáveis números de vezes de salvaguarda da alma do rei trophano por parte do Chefe da Guarda Real, os laços de amizade entre Pleio Moul Dan e Gonquer Zá-Sezano tornaram-se tão fortes que Gonquer decidiu ceder-lhe mais privilégios... muito além do alcance do que qualquer líder da escuderia real poderia conquistar, a saber, acompanhar reuniões militares restritas exclusivas de Chefes do Exército e participar delas opinando.


Portas abriram-se para Moul Dan e ele foi agraciado á "Mestre de Conselhos Bélicos"... uma posição da qual nunca havia se ouvido falar antes.

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Mas e Pru-Sidério Pertutiano? Não era ele o Conselheiro Bélico pessoal do rei trophano? Era! Pois agora estava subordinado ao Mestre de Conselhos Bélicos.


Como deve se imaginar Pertutiano não se agradava da idéia de se reportar á um Chefe da Guarda Real atrevido que demasiadamente amava ajudar. E o mais difícil de aturar para Pertutiano era ter de admitir que suas próprios engenhos militares necessitavam de aprimoramento por parte de Moul Dan quando alegava estarem ou serem ultrapassados.


Gradativamente Moul Dan passou a cercar-se de propensos inimigos de poderosa influência...

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4.4- A “segunda Marcha de Moul Dan”


 Acontecimentos que antecederam a maior guerra-civil trophana já registrada

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 “Por que Molosso Gaal intitula cada um dos dois grandes relatos seus sobre a história de Moul Dan como Primeira e Segunda Marcha de Moul Dan? Seria porque foram as duas maiores façanhas militares de Moul Dan de que se tem registro? Seriam essas as duas grandes batalhas que compõem a tão debatida campanha militar trophana ‘Marchas Mouldanas’?”  – Enciclopédia de Partênesis

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Gonquer Zá-Sezano estava percebendo que sua visão turvava-se cada vez mais. Seu senso de equilíbrio igualmente deteriorando-se dificultava-o em manter-se de pé por longos períodos. E por fim, sua respiração tornava-se cada vez mais ofegante. No ínterim, Gonquer experimentava sinais de que seu fim tão logo seria iminente... o fim na terra dos viventes!

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“Um rei que não tem forças nem para comandar-se a si próprio deve compartilhar tão logo possível seu poder para com a próxima geração” - Gonquer Zá-Sezano; Enciclopédia de Partênesis.


Doravante quem tornar-se-ia a próxima geração? Laponiel Sezano, seu único herdeiro jazia-se morto! E Gonquer não teve relações com nenhuma outra trophana na tentativa de apaziguar sua alma atormentada pelo assassinato cruel de Rublis Memboa, do qual foi responsável diretamente.

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Hamafade Lemóstides estava apreensivo e preocupado. Teve de ameaçar a vida de Molosso Gaal e sua família para que este destruísse o registro que Molosso fez da Derrocada de Rumú e do discurso sanguinário de Lemóstides que o apontava como responsável pela morte de Laponiel, filho do prórpio rei, que apelou para lhe retornarem o filho com vida. Visto que perante Gonquer ele e Pru-Sidério apresentaram outra versão sobre o fim de Lapóniel em que eram inocentados, o registro da Gaal poderia incriminá-los.


Após tortura por parte dos homens de Lemóstides, Gaal revelou o soldado que os havia traído em razão do remorso pessoal deste.

Pru-Sidério e Hamafade iniciaram um extermínio em massa de todo soldado trophano que estivesse indeciso ou arrependido da chacina em Gaisah. Todos foram eliminados, incluindo o registro de Gaal. O segredo parecia inviolável, mas o próprio Molosso indignado com a atitude radical de Lemóstides e Pertutiano havia feito uma cópia do registro que destruira na presença deles, severamente guarnecida. Gaal não revelaria a cópia á Gonquer, seu objetivo era instruir as gerações futuras sobre os atos questionáveis de seus dois Reis-generais.


A título de informação, o que agravou ainda mais o ódio de Lemóstides por Laponiel e os rumenumos foi perder um filho seu que voluntariamente se juntara aos Súditos Laponeônicos na rebelião contra o império. Em uma peleja Hamafade teve de tirar a vida de seu próprio filho que investiu para cima dele para matá-lo.

Enquanto Hamafade Lemóstides olhava com desfavor para com Moul Dan por ter permitido que sua filha Verganna fosse raptada por Manúbio Plegas, ficava desconfiado com aquele estrangeiro. A vestimenta de Moul Dan era trophana, mas isso não conseguia ocultar eficientemente suas feições níbias. Hamafade jurava que ele era Níbio, mas seu avô, para proteger a identidade de Moul Dan negava-o asseverando veementemente que Lemóstides estava equivocado.
Hamafade desejava por um basta nesse irritante dilema. Visto que torturar trophanos para obter informação já havia se tornado um hábito cotidiano seu, Lemóstides torturou alguns dos homens da guarda de Moul Dan para chegar aos Chefes Supremos que lhe deram toda a informação sobre as origens do estrangeiro Níbio Pleio Moul Dan.

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Como se já não bastasse a ressentimento que Lemóstides já tinha de Moul Dan em virtude de Verganna agora o ódio para ele tinha total justificativa.


Alguns anos atrás, durantes as “Campanhas Níbias” (disputas territoriais entre Trophir e Níbia), uma grupo de retaliadores níbios invadiram o território trophano e assassinaram toda a família do irmão de Hamafade. Desse dia em diante Lemóstides não lutava mais com os níbios apenas para defender o território trophano, surgiu também o ódio racial. E foi o próprio Senhor de Multidões que propagou boatos entre suas fileiras de que os homens, mulheres e crianças níbias eram ferozes canibais. Estes, por sua vez, espalharam o mito para todo o vasto império trophano.
 

Os últimos dias do Grande Filosófo

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Peu-Sidério Pertutiano estava completamente arrasado e desamparado. Após sua última convocação perante Gonquer Zá-Sezano voltava com a desalentadora notícia de que o rei trophano havia decidido transferir seu poder régio e o trono para seu Chefe da Guarda Real.


Pertutiano fora incumbido de se encontrar com o Rei-general da Midrante Gregal e lhe repassar a notícia com urgência.
Cabisbaixo Pru-Sidério se encontrou com Hamafade e alertou-o para ambos prepararem a cerimônia de transição da coroa para Pleio Moul Dan.


“Eu rasgo minhas roupas e me cubro de cinzas neste dia”, exclamou Lemóstides ao receber a notícia de Pru-Siderio. Ambos arrasados tinham a expectativa de serem um deles o sucessor de Gonquer, e dos dois quem não fosse selecionado para o trono apoiaria quem o fosse.

De fato o rei trophano tinha no seu coração decidir a favor de um dos seus Reis-generais. O que fez então Gonquer mudar sua decisão? Ninguém se não o mais destacados dos seus Conselheiros Reais, Molosso Gaal, O Grande Filósofo.


O que Gaal não se apercebeu é seu conselho pesou na decisão de Gonquer  involuntariamente. Como assim involuntariamente?
Nos seus dias finais, Gonquer ordenou que Molosso transferisse sua residência, seus familiares e todos seus pertences para morar com o rei trophano em seu palácio até o fim da vida dele.


Enquanto liam e debatiam juntos os Escritos de Gaal como passaram a fazer rotineiramente, Gaal descuidou-se e puxou um pergaminho seu que escondia outro dentro do mesmo. Então caiu ao chão o Registro de Gaisah. Intrigado o rei trophano ordenou-lhe que lesse o conteúdo apesar da desesperada relutância de Gaal. A versão do Discurso de Lemóstides não batia com a versão que Gonquer conhecia. Tomado de fúria, Gonquer anunciou que passaria o reino para o estrangeiro Pleio Moul Dan, o único em quem poderia confiar. Afinal, o motivador discurso de Hamafade em Gaisah revelou-o como hipócrita, homicida e infrator grave por desobedecer uma ordem direta do rei de poupar Laponiel e fazer prisioneiros.

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Molosso Gaal estava ciente de uma guerra civil inevitável entre as forças de Lemóstides e Pertutiano contra as forças de Moul Dan. Mas a sua maior perturbação foi Gonquer Zá-Sezano aponta-lo aos Reis-generais quando revelou que a informação constava nos Escritos de Gaal. Molosso estava ciente da brutalidade inescrupulosa e irrefreável desses Reis-generais e sabia que não apenas ele seria torturado até a morte mas que isso incluiria seus familiares também.


Gaal, O Grande Filósofo, reuniu todos seus familiares e conhecidos, pequenos e grandes, em uma pomposa celebração. O Grande Filósofo trophano secretamente preparou uma poderosa toxina e distribuiu sobre todos os alimentos e bebidas da festa. Todos se fartaram e logo em seguida caíram em sono profundo e faleceram, incluindo o próprio Gaal.


Ao amanhecer todo o povo trophano batia em lamentos, incluindo o próprio rei Gonquer, enquanto realizavam o maior cortejo fúnebre da história trophana. Gaal e 2.300 trophanos, que incluíam amigos e parentes dele, foram todos enterrados num só dia.

O Grande Filósofo chegou aos seus 192 anos, dos quais 45 foram lealmente devotados á Gonquer .

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Gonquer Zá-Sezano faleceu aos 104 anos, dos quais 70 anos foram dedicados á BoliBama Tílio I, quando protariano e os outros 34 como o rei trophano.

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A “Segunda Marcha de Moul Dan”

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Gonquer Zá-Sezano, pouco antes de adoecer e morrer devido á excessiva tristeza do falecimento de Molosso Gaal, que agravou sua já tão debilitada saúde, fez os preparativos para a maior realização de coroação que qualquer trophano já havia visto antes; devotada á ascensão de seu sucessor ilegítimo (não-consanguíneo de Gonquer e nem trophano de origem) Pleio Moul Dan. Foi ainda mais magnífica que a cerimônia que Gonquer fez para si próprio no dia em que assumiu o trono de Trophir.

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Hamafade Lemóstides e Pru-Sidério Pertutiano não compareceram, nem qualquer trophano que havia tomado o lado deles.
Os dias de júbilo da coroação de Pleio Moul Dan foram logo interrompidos por cartas dos reis-generais declarando formalmente guerra á Pleio Moul Dan e o reino sob o seu comando.

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A “Segunda Marcha de Moul Dan” foi registrada nos Escritos de Gaal pelo próprio punho de Pleio Moul Dan, 8 anos após a morte do Grande Filósofo.


Sim! A campanha militar trophana que ficou conhecida como Segunda Marcha de Moul Dan arrastou-se por um período de 8 anos.

Durante esse tempo, Bolibama Tílio II estava ciente da guerra-civil trophana. Ele não se aproveitou disso para tentar aventurar-se em Trophir e subjugá-la. Ele apenas observava e aguardava a oportunidade de estender a mão em socorro de um dos lados da guerra.

Ardilosamente Tílio II pretendia mais tarde subjugar o lado vencedor, que indubitavelmente estaria sem poder suficiente para resistir-lhe.

Tílio II tinha por hábito contratar Mercenários e Corsários Laians quando desejava aumentar seu próprio efetivo ou mesmo poupá-lo.  Ele não fez diferente dessa vez, pois não desejava ceder seus próprios homens a um dos lados trophanos.


Sua primeira tentativa foram os trophanos de Pleio Moul Dan. Moul Dan, por sua vez, aceitou os termos do rei protariano. Pois ambos os lados da guerra haviam se consumido mutuamente durante os 7 primeiros anos de batalhas.


Astutamente Tílio II só estendeu sua mão em socorro após 7 anos da guerra trophana, quando ambas as forças trophanas já estavam severamente arruinadas.

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No último ano da guerra dos 810.000 homens de Hamafade e Pertutiano, já haviam tombado 740.000. O efetivo de do rei Moul Dan reduziu de 702.000 para 115.000.


Embora observado o fato de que Moul Dan possuía mais homens isso não lhe dava vantagem, pois eram necessários homens para guarnecer as cidades trophanas do reino de Moul Dan.

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Para se ter uma noção do dano em que a guerra-civil resultou para Trophir: (1) das 77 cidades trophanas 23 se tornaram escombros e dessas 23, 11 eram cidades-fortalezas (2) Midrante Donal estava em ruínas (3) Midrante Gregal ainda estava de pé mas estava desabitada e sem guarnição (4) Docas Brii não passava de um amontoado de escombros e Tronédia já havia perdido seus 2 primeiros níveis, tanto em muralha como em estruturas, e o 3° nível logo iria ceder.
Bolibama Tílio II iria subjugar o vencedor da guerra com o mínimo esforço.

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Por que o rei Moul Dan aceitou os reforços laians de Tílio II?

No 7° ano da Segunda Marcha de Moul Dan, chegou ao conhecimento de Moul Dan, mediante mensageiros zirascênicos, que Hamafade Lemóstides e Pru-Sidério Pertutiano estavam usando suas forças restantes, seus 70.000 ainda de pé, para travar guerra contra os níbios em seu território se estes se recusassem a unirem-se á Lemóstides e Pertutiano na guerra contra Moul Dan.

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Os níbios, em geral, possuíam uma força armada de 390.000, mas estavam desorganizados, mal-equipados e espalhados por todo o território níbio. Os mais organizados e equipados eram os zirascênicos: 13.000 que puxavam da espada.


Níbia não possuía uma nação unificada por um rei, cada Níbio era responsável pelo seu território. Hamafade e Pru-Sidério tentavam coagir os zirascênicos por meio de ameaça a convocar em massa todos os níbios de todos os territórios. Se estes se recusassem Zirascenas uniria forças com os trophanos de Lemóstides e Pertutiano, a contragosto dos zirascênicos, obviamente, para marchar contra eles.

O rei Moul Dan não tinha mais exércitos para ir no encalço de Hamafade e Pru-Sidério, suas tropas  restantes estavam inteiramente voltadas para as defesas das cidades trophanas remanescentes e de Tronédia.


Tílio II não poderia ter surgido no momento mais propício. O total de forças armadas de laians que Tílio II generosamente cedeu á Moul Dan somavam 240.000 soldados e destes, 150.000 eram cavalarianos.
Com esse exército avassalador Moul Dan partiu, somando com mais 20.000 de suas forças, em marcha contra Hamafade e Pertutiano e seus 70.000 trophanos em território níbio.

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No 27° dia obscuro e chuvoso do nono mês de 820 AEC a região circundante pertencente á tribo níbia de Zirascenas e onde encontrava-se a própria Cidade de Zirascenas (“cidade-governante” semelhante á cidade real) passou a ser tomada por horda após horda de forças armadas estrangeiras; uns amigos solidários e outros amigos motivados pela prata (laians).


Os 240.000 guerreiros laians se juntaram com a limitada e insignificante força militar de invasão de 20.000 do rei trophano e serviriam lealmente sob a supervisão e ordens dele. Entre a Cidade de Zirascenas sitiada e amedrontada haviam 70.000 trophanos renegados, os próprios responsáveis pelo sítio daquela cidade níbia. Os 13.000 militares de Zirascenas esforçavam-se ao máximo para reforçar as muralhas e portões constantemente assolados pelas máquinas de cerco trophanas dos desertores. Contudo, as proteções da cidade não iriam resistir ao dia seguinte daquela manhã chuvosa do vigésimo sétimo dia daquele mês aflitivo.


Os trophanos renegados pertencentes ao meio-reino rebelde sob a jurisdição dos Chefes do Exército  Hamafade Lemóstides e Pru-Sidério Pertutiano encontravam-se posicionados em uma clareira lamacenta que circundava os dois portões da Cidade de Zirascenas, sendo que a própria clareira era ela mesma cercada por uma mata florestal alta e densa.


O rei trophano estava ciente que todo soldado trophano combatia mais eficazmente em campo aberto do que em uma região fechada, o que incluíam seus próprios 20.000. Os trophanos do rei e os reforços laians se encontravam na região florestal externa á clareira; ponto-fraco e pesadelo de qualquer guerreiro de Trophir.


Para findar o angustiante dilema, os líderes militares laians resolveram manifestar-se ao rei Moul Dan com uma solução estratégica definitiva. A tática militar laian sugerida que agradou o rei trophano denominava-se “Retirada Pró-Emboscada”.


Enquanto a Trophir renegada e ensopada do aguaceiro esforçava-se incessantemente em derrubar as muralhas em estado crítico da cidade níbia sitiada ou mesmo adentrar-se nela pelos portões seriamente danificados, aquele dia chuvoso já estava começando a escurecer-se por aproximar-se a escuridão da noite.


Subitamente passaram a emergir, juntamente com a escuridão noturna, fileiras combatentes trophanas do meio-reino oficial Pleio Moul Dan emergindo das matas convidando os trophanos rebeldes á luta; Lemóstides e Pertutiano imediatamente reconheceram-nos. Um dos líderes rebeldes, a saber, Pru-Sidério Pertutiano com seu respectivo contingente de 38.000 da elite trophana, investiu para cima dos provocadores, enquanto que seu companheiro Hamafade ignorou-os priorizando o sítio contra a cidade.


Os trophanos liderados pelo renegado Pertutiano que partiram para cima, no passo de Formação Abada, tiveram de estender a perseguição além dos limites da clareira lamacenta visto que os trophanos de Moul Dan simularam uma fuga adentrando-se  á mata florestal externa. Assim que os trophanos de Pertutiano e seu precipitado líder adentraram-se também rumo aos fugitivos repentinamente passaram a ser golpeados pelos laians contratados peritos em técnicas de emboscada até o último deles vir ao chão. No calor da batalha Moul Dan encontrou Pru-Sidério e o matou, pois manuseava suas duas espadas melhor que Perturiano com sua espada e escudo.
Hamafade, o líder militar rebelde restante e seu exército de 32.000 ainda persistiam em subjugar a Cidade de Zirascenas, não obstante em muita dificuldade sem o apoio de seu e aliado e amigo Pru-Sidério, jazido dizimado assim como as fileiras dele.


Moul Dan, o rei e os líderes militares laians estavam plenamente cientes de que os rebeldes remanescentes não seriam atraídos até a armadilha de emboscadas. Com essa certeza óbvia já estabelecida consentiram confrontá-los em campo aberto. E assim sucedeu!
Os 212.000 remanescentes do primeiro confronto sob ás ordens do rei trophano (com 1.000 baixas trophanas e 27.000 baixas laians) investiram em massa contra os 32.000 renegados em uma só leva. Os milhares de cavaleiros laians tornaram-se ineficientes naquele terreno lamacento, o que permitiu que os ferozes militares da elite Abadã sob o comando do mais brilhante estrategista militar de toda Trophir (o próprio Lemóstides) ainda abatessem 66.000 laians e 13.000 trophanos do rei antes de seu aniquilamento; mesmo estando cientes de que seu fim seria inevitável.


Durante a continuação da batalha, nessa ocasião contra os rebeldes de Hamafade Lemóstides, o perito espadachim real, Moul Dan, também buscou travar uma peleja pessoal com Hamafade, porém desafortunadamente Hamafade era superior em combate ao rei Moul Dan. No exato momento em que Hamafade iria desferir o golpe de misericórdia em Moul Dan, a a saber, após arrancar-lhe suas duas espadas com pouco esforço empunhando sua longa espada sem necessitar manuseá-la enquanto feria-o pouco a pouco com pequenos golpes movimentando uma adaga empunhada na outra mão até a fadiga e esmorecimento do rei, dois atiradores zirascênicos nas muralhas alvejaram Lemóstides até derrubá-lo e cair morto; poupando a alma de Pleio Moul Dan em um momento crucial.

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Assim morreram Hamafade Lemóstides e Pru-Sidério Pertutiano.
Moul Dan regressou os corpos deles até Tronédia e os sepultou ao lado de Gonquer Zá-Sezano e Molosso Gaal.  O votorioso rei trophano permitiu a esses Reis-generais decaídos um sepultamento digno em memória de suas décadas de serviços honrados prestados á Trophir.
Os corpos dos trophanos renegados foram cremados juntos com os 14.000 de Moul Dan que tombaram.

Os laians requisitaram regressar os corpos dos seus á suas terras e famílias.

 

Pleio Moul Dan, O Rei de Trophir

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Embora já fosse rei  por 8 anos desde o início de sua campanha militar contra Hamafade e Pru-Sidério, o povo trophano desejou realizar uma segunda cerimônia de coroação. Assim celebrariam também o fim dos tempos de guerra e o início de períodos de paz.

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O rei Moul Dan enviou cartas á Tílio II convidando-o para visitar Trophir e festejar com ele como agradecimento. Tílio II recusou o convite alegando ter assuntos mais urgentes a tratar, mas combinou recebê-lo em seu território assim que resolvesse os assuntos pendentes.
Tudo não passava de conversa simulada da parte de Tílio II. Os assuntos pendentes na verdade eram laians descontentes com o resto da União Laian (todos os corsários e mercenários laians eram regidos por meio dessa União). Esses amotinados desejavam desmembrar-se da União e fundar uma nação régia como as outras ao seu redor.
Esses renegados representavam 80% da União, o que prejudicaria severamente os negócios de Tílio II com a nação mercenária Laian.

Pleio Moul Dan foi coroado pela segunda vez em 820 AEC.
Durante seu reinado de paz, Moul Dan devotou-se á: (1) reerguer as Midrantes e seu sistema (2) fortificar Tronédia que ele rebatizou de Cidadan-Zezal e recosntruir Docas Brii rebatizada de Cidadan-Brii (3) erigir Zá-Sezãos (monumento-estátua de Gonquer Zá-Sezano) por toda cidade trophana, um por cidade (4) forjar uma aliança diplomática com Níbia.

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Lamentavelmente o promissor reinado pacífico de Pleio Moul Dan perdurou por apenas 2 anos. Por que?

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No segundo ano do reinado pacifico do rei trophano Pleio Moul Dan, Tílio II ofereceu termos de aliança e convidou-o para conhecer seu território.  Durante a jornada, já em território protariano Tílio II armou-lhe uma emboscada e matou-o, tanto a ele quanto aos 40.000 trophanos que o escoltavam.

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Assim morreu Pleio Moul Dan, o segundo rei de Trophir.
Ele reinou por 10 anos ao todo, mas apenas 2 desses anos foram em paz.

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Pleio moul Dan encerrou sua existência perturbadora em 818 AEC, aos 52 anos.

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Os corpos dos 40.000 trophanos (33.000 soldados e 7.000 nobres, Filósofos, camponeses, oficiais civis e militares) foram decapitados e suas cabeças mais tarde seriam lançadas pelas Targas protarianas (armas de cerco de arremesso) nas cidades trophanas na próxima invasão de Tílio II, como cruel tática de esmorecimento das forças defensivas.

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A cabeça de Moul Dan seria enviada até a Cidadan-Zezal como premissa de cerco. E quando fosse sitiada pelos protarianos, os acampamentos exporiam o corpo decapitado de Moul Dan em uma estaca entre seus acampamentos de invasão e Cidadan-Zezal...

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